| Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça |
Apesar
da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a autonomia do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), investigações do órgão em 22 tribunais do país e que envolvem
mais de 3 mil juízes e servidores do Judiciário continuam suspensas, segundo a
corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon.Liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski em dezembro de 2011 suspendeu apurações do conselho sobre
o crescimento patrimonial de magistrados. O ministro atendeu a um pedido de
associações de magistrados, que entraram no Supremo com uma ação questionando a
legalidade da atuação do CNJ.
Para
as entidades, a corregedoria do conselho quebrou o sigilo de juízes ao
solicitar informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
e acessar o imposto de renda dos magistrados. Até o julgamento do pedido das
associações, o CNJ continuará impedido de dar continuidade a essas
investigações, que apontam "movimentações atípicas" de R$ 855,7
milhões por parte de juízes e servidores entre 2009 e 2010.
"Fica
igual [processos parados], pois não houve alteração [desde a liminar concedida
em favor das associações]", afirmou Eliana Calmon ao G1.
O
ministro Marco Aurélio Mello também confirmou que os processos continuarão
parados até que o pedido das entidades seja colocado em pauta.
"No
tocante ao questionamento sobre quebra de sigilo, eu penso que os processos
seguem suspensos. A liminar tem eficácia e afasta as investigações. Vai ser
preciso uma nova decisão", afirmou o ministro ao G1.
Ele destacou ainda que há um questionamento sobre quem será o relator da matéria. O caso estava sob a relatoria do ministro Joaquim Barbosa. Lewandowski concedeu a liminar em dezembro, durante o recesso judicial, porque o relator estava ausente. Posteriormente, as associações autoras da ação pediram ao STF que o ministro Luiz Fux assumisse a relatoria. Elas argumentam que Fux já foi relator de processo semelhante.
Ele destacou ainda que há um questionamento sobre quem será o relator da matéria. O caso estava sob a relatoria do ministro Joaquim Barbosa. Lewandowski concedeu a liminar em dezembro, durante o recesso judicial, porque o relator estava ausente. Posteriormente, as associações autoras da ação pediram ao STF que o ministro Luiz Fux assumisse a relatoria. Elas argumentam que Fux já foi relator de processo semelhante.
"O
presidente do Supremo é quem vai decidir quem assumirá a relatoria, e o relator
pode reconsiderar a liminar ou levar o caso a julgamento", afirmou Marco
Aurélio Mello.
Fica tudo igual até o término do julgamento. [A
suspensão dos processos] continua até a publicação do acórdão."
Eliana Calmon, corregedora
nacional de Justiça
Outros
processos
A corregedora nacional de Justiça afirmou que os demais processos do CNJ continuarão suspensos até que o Supremo termine de analisar a resolução 135 do órgão, questionada pela Associação Nacional dos Magistrados (AMB).
No
julgamento sobre a autonomia do conselho, os ministros do Supremo decidiram
analisar isoladamente cada item da resolução contestado pela entidade. O trecho
mais polêmico do texto, que autorizava o CNJ a abrir investigações antes das
corregedorias, foi decidido nesta quinta (2), mas o Supremo suspendeu a sessão
antes de decidir sobre os artigos 14, 15,17 e 21. O julgamento deve ser
concluído na próxima semana.
"Fica tudo igual até o término do julgamento. [A suspensão dos processos] continua até a publicação do acórdão", afirmou Eliana.
"Fica tudo igual até o término do julgamento. [A suspensão dos processos] continua até a publicação do acórdão", afirmou Eliana.
Para
o conselheiro do CNJ Jorge Hélio, o conselho continuará "engessado"
até que pendências como a liminar do ministro Lewandowski sejam resolvidas.
"Embora
eu não possa interferir, entendo que processualmente esses processos devem ser
levados o mais rápido possível."
Segundo
ele, foi agendada uma reunião do CNJ para a próxima terça-feira (7), com a
presença do presidente do conselho, Cezar Peluso, que também é presidente do
Supremo, para definir o andamento de investigações.
"Teremos
uma reunião administrativa extraordinária. Isso vai ser discutido e definido
pelo colegiado. Queremos saber qual o reflexo da decisão de ontem na atuação do
conselho", afirmou.
Peluso
votou contra a autonomia no conselho no julgamento realizado na última quinta.
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